quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Diabetes, pressão alta e tabagismo 

aumentam risco de Alzheimer, diz estudo.

Pressão alta, tabagismo e diabetes favorecem o desenvolvimento do 
Alzheimer e outros tipos de demências senil. É o que aponta um estudo 
da entidade internacional Alzheimer's Disease International (ADI) 
divulgado ontem quarta-feira (17). A diabetes pode aumentar em até 
50% o risco desse tipo de doença. O relatório anual da World Alzheimer 
Report 2014 comprova que práticas saudáveis, como atividades físicas e
 boa alimentação podem reduzir enormemente os riscos de
 desenvolver doenças neurodegenerativas.

O estudo mostra ainda que quem para de fumar tem as mesmas chances 
de desenvolver algum tipo de demência senil do que alguém que não 
fuma, enquanto aquele que continua fumando tem alto risco. O controle
da diabetes e da pressão alta, bem como o fim do hábito de fumar podem 
reduzir o risco mesmo na terceira idade.

Segundo o diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz),
 Rodrigo Rizek Schultz, que também é coordenador do Ambulatório de 
Demência Grave do Setor de Neurologia do Comportamento da Universidade 
Federal de São Paulo (Unifesp), a pesquisa corrobora a realidade 
constatada pelos médicos da área.

"O sedentarismo e o cigarro não causam Alzheimer, mas são fatores 
de risco que contribuem para lesões cardiovasculares que, por sua 
vez, facilitam a ocorrência do desenvolvimento da doença", disse ao ressaltar 
que investir em prevenção é a chave para combater o problema. 
"Atividades físicas e hábitos saudáveis não evitam essas doenças, mas
as retardam. O custo da demência senil é muito caro para o governo e 
para todos nós e prevenir é simples", comentou, ao citar programas
 e equipamentos públicos para incentivar a prática de esportes como uma 
das iniciativas necessárias nas cidades brasileiras.

O estudo estima que 71% das pessoas vivendo com algum tipo de demência
 senil estarão em países em desenvolvimento se não forem implementadas 
políticas públicas efetivas para reduzir os fatores de risco. Para o geriatra
e conselheiro Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), 
Rubens de Fraga Jr, o estudo evidencia a necessidade de incluir a 
demência como uma das prioridades nas políticas públicas de saúde e
 de educação, pois a incidência de demência está caindo em países 
desenvolvidos onde crescem investimentos na educação e na saúde 
cardiovascular.

O geriatra lembrou que o número de pessoas obesas e diabéticas 
têm crescido nos últimos anos, fatores de risco presentes na
 nossa sociedade. "E hoje temos 21 milhões pessoas com mais 
de 60 anos no Brasil", disse.

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